Caballeros

Como todos os anos desde 1963, Galiza comemora no dia 17 de maio o Dia das Letras Galegas. Data escolhida pela Real Academia Galega para homenagear um/a escritor/a em língua galega. Esta “festa da língua” é também motivo para reivindicar o lugar social que o galego merece no nosso país, e as homenagens ao autor escolhido acabam se prolongando durante todo o ano, com a re-edições de seus livros, a elaboração de antologias, a realização de congressos, a divulgação de comentários críticos, com todo tipo de iniciativas culturais e políticas para difundir a sua obra.

Este ano, o escritor homenageado é Ricardo Carvalho Calero. Primeiro professor de língua galega na Universidade de Santiago de Compostela, Carvalho Calero é, além de um escritor prolífico, poeta, romancista e dramaturgo, um filólogo competente e fundamental para a língua e a literatura galegas. A ele devemos a primeira Historia da Literatura Galega Contemporânea (Galaxia, 1962), assim como primeira gramática moderna do galego, Gramática Elemental del Gallego Común (Galaxia, 1966). O compromisso galeguista desse velho professor republicano marca uma intensa vida de estudo e de criação que tem como objetivo primordial a construção de uma língua a serviço da sociedade galega.

Compartilhamos aqui alguns sites dedicados a Ricardo Carvalho Calero e que, nesta data comemorativa, nos aproximam da sua obra:

Consello da Cultura Galega. Ricardo Carballo Calero. Dia das Letras Galegas 2020

Real Academia Galega. Ricardo Carballo [Carvalho] Calero

O portal da língua galega. 2020 – Ricardo Carvalho Calero

AGAL. Letras Galegas. Ricardo Carvalho Calero. Construtor do Galego

Vídeo homenagem, abaixo, da Caballeros de Santiago ao Dia das Letras 2020.

LETRAS GALEGAS
Hoje, 17 de maio é o dia das Letras Galegas. A celebração foi instituída em 1963 e coincidiu com o centenário da primeira edição dos “Cantares Galegos” de Rosália de Castro. A Real Academia Galega desde então escolhe um autor para ser homenageado. Este ano foi eleito Ricardo Carvalho Caleiro. Em detrimento do recolhimento social, a Associação Cultural Hispano Galega Caballeros de Santiago celebra esse dia virtualmente, com palestra, poesia, música e dança. Apesar do momento atual, seguimos na fé e esperança, a cultura e língua galega nos fortalece e nos aproxima da nossa “terra nai”

“E agora som um velho patrom que se senta ao sol no banco de um passeio. A minha vida fica atrás. Foi minha? Quem fum outrora? Fum eu -este que agora som- aquele que estes mesmos carreiros transitava um tempo perseguindo a borboleta ilusória do amor, e neste mesmo banco torrava o coraçom, ao sol do rosto de umha forma feminina, já nom sei qual, ao meu carom sentada… A minha boca que articula agora um monológico silêncio, é aquela que sabia dialogar consoante a gramática perdida? Nem apego me fica ao que onte fum, nem ao que onte regia o meu falar e o concertava com o falar seu. Nacim já velho neste banco ao sol, e aquel que outrora fum morreu em mim, e sinto-o como um outro que nom herdei, pois nada tenho del…”
(Ricardo Carvalho Caleiro).

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